Roça como marca registrada no Brasil: novos significados do rural brasileiro
Contenido principal del artículo
Resumen
Este artigo buscou identificar mudanças nos significados do termo roça no Brasil analisando 325 marcas registradas entre 1965 e 2014, utilizando-se análise de conteúdo de frequência, léxico-sintática e categórica (Bardin, 1977). Observou-se a ampliação de significados, inicialmente de produção agrícola e campo, para natureza, nostalgia e sofisticação, e, mais recentemente, tradição e regionalismos. Essas mudanças de significados do termo roça refletem as transformações no campo brasileiro, majoritariamente agrícola nos anos 1960, multissetorial nos anos 2000. Sugere-se que roça pode funcionar como uma categoria para se refletir sobre o rural no Brasil.
Descargas
Detalles del artículo
La cesión de derechos no exclusivos implica también la autorización por parte de los autores para que el trabajo sea alojado en los repositorios institucionales UNLP (Sedici y Memoria Académica) y difundido a través de las bases de datos que los editores consideren apropiadas para su indización, con miras a incrementar la visibilidad de la revista y sus autores.
Citas
Abdala, M. C. (2007). Re-atualizações do tradicional e do típico mineiro. Artigo apresentado na VII Reunião de Antropologia do Mercosul. CD-ROM.
Abramovay, R. (1994). A dualização como caminho para a agricultura sustentável. Estudos Econí´micos, 24, 157-182.
Alem, J. M. (1996). Caipira e country: a nova ruralidade brasileira. (Tese de doutorado), Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Allonso, G. (2012). Cowboys do asfalto: música sertaneja e modernização brasileira. Niterói: FGV/Funarte/Clube do Autor.
Anjos, F. S. & Caldas, N. V. (2014). Da medida do rural ao rural sob medida: um estudo sobre representações sociais em perspectiva. In Martins, R. C. (Ed.). Ruralidades, trabalho e meio ambiente: diálogos sobre sociabilidades rurais contemporí¢neas (pp. 49-76). São Carlos: EDUFSCAR.
Arruda, M. A. N. (1999). Mitologia da mineiridade: o imaginário mineiro na vida política e cultural do Brasil. São Paulo: Brasiliense.
Barbosa, L. & Campbell, C. (2006). O estudo do consumo nas Ciências Sociais contemporí¢neas. In Barbosa, L. & Campbell, C. (Ed.). Cultura, consumo e identidade (pp. 21-44). Rio de Janeiro: Editora FGV.
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70/ LDA.
Beskow, G. C. (2010). A pátria é a terra: as representações sobre o campo e o homem rural construídas pelo Estado Novo. (Tese de doutorado), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
Brandão, C. R. (2009). No rancho fundo: espaços e tempos no mundo rural. Uberlí¢ndia: EDUFU.
Brito, F. A. & Pinho, B. A. D. (2012). A diní¢mica do processo de urbanização no Brasil, 1940-2010. Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR.
Candido, A. (2010). Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul.
Carneiro, M. J. (1998). Ruralidade: novas identidades em construção. Estudos Sociedade e Agricultura, 11, 53-75.
Carneiro, M. J. (2012). Ruralidades contemporí¢neas: modos de viver e pensar o rural na sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Mauad X/FAPERJ.
Carvalho, M. C. V. & Sabino, C. (2013). Comida natural: o consumo neorromí¢ntico da roça visto da cidade grande. In Ferreira, F. R., Freitas, R. F., Prado, S. D. & Carvalho, M. C. V. S. (Ed.). Alimentação, consumo e cultura (pp. 15-29). Curitiba: CRV.
Copetti, M. (2007). Registro de marcas: propulsor para o desenvolvimento? In Welber, B. & Pimentel, L. O. (Ed.). Propriedade Intelectual e Desenvolvimento (pp. 203-231). Florianópolis: Fundação Boiteux.
Correa, J. A. B. L. F. (2001). Marcas e desenvolvimento. O Globo. Disponível em:
http://www.dannemann.com.br/dsbim/Biblioteca_Detalhe.aspx?&ID=163&pp=1&pi=2.
De Paula, S. G. (1998). O country no Brasil contemporí¢neo. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, V, 273-286.
De Paula, S. G. (1999). O campo na cidade: esportes country e ruralidade estetizada. (Tese de doutorado). Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
De Paula, S. G. (2001). Quando o campo se torna uma experiência urbana: o caso do estilo de vida country no Brasil. Estudos: Sociedade e Agricultura, 17, 33-53.
Duarte, A. (2010). A antropologia e o estudo do consumo: revisão crítica das suas relações e possibilidades. Etnográfica, 14 (2), 363-393. Disponível em: http://etnografica.revues.org/329.
Éboli, R. L. (2007). Globo Rural: mito e realidade do homem do campo. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
Elias, N. (2001). A sociedade de corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Entrena-Durán, F. (2012). La ruralidade en España: de la mitificación conservadora al neorruralismo. Cuadernos de Desarollo Rural, 9 (69), 39-65.
Fressato, S. B. (2009). Caipira sim, trouxa não: representações da cultura popular no cinema de Mazzaropi e a leitura crítica do conceito pelas Ciências Sociais. (Tese de doutorado). Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil.
Garcia Júnior, A. R. (1983). Terra de trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Gonçalves, D. C. S. & Silva, T. F. (2009). As três zonas dialetais em Minas Gerais: discussão dos critérios utilizados para esta divisão. Trabalho apresentado no II Encontro Memorial: Nossas Letras na História da Educação. Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/memorial/trab2/l424.pdf.
Guedes, S. A. (2012). Naming: a criação de nomes para as marcas. Renefara: Revista Eletrí´nica de Educação da Faculdade Araguaia, 2 (2), 412-428. Disponível em: http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/view/77.
Heredia, B. M. A. (1979). A morada da vida: trabalho familiar de pequenos produtores do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Lifschitz, J. A. (2011). Comunidades tradicionais e neocomunidades. Rio de Janeiro: Contracapa.
Lluch, A. (2013). Marca registrada... Reflexiones sobre el uso de las marcas comerciales, el consumo y la comercialización de bienes en el mundo rural argentino (1900-1930). Mundo Agrario, 13 (26). Disponível em:
http://www.mundoagrario.unlp.edu.ar/article/view/MAv13n26a01/2369.
Mannheim, K. (1986). O pensamento conservador. In Martins, J. S. Introdução Crítica í Sociologia Rural (pp. 77-131). São Paulo: Editora HUCITEC.
Martins, J. S. (1975). Música sertaneja: a dissimulação na linguagem dos humilhados. In Martins, J. S. Capitalismo e tradicionalismo: estudos sobre as contradições da sociedade agrária no Brasil (pp. 103-161). São Paulo: Pioneira.
Martins, J. S. (2014). A crise do imaginário rural brasileiro: da roça í tapera. Revista de Extensão e Estudos Rurais, 3 (1), 7-23.
Massinelli, A. G. S. (2014). Marcas: uma análise histórica e conceitual do instituto. Jusnavegandi. Disponível em: http://jus.com.br/artigos/32122/marcas-uma-analise-historica-e-conceitual-do-instituto.
Moura, M. M. (1978). Os herdeiros da terra: parentesco e herança numa área rural. São Paulo: Editora Hucitec.
Nepomuceno, R. (1999). Música caipira: da roça ao rodeio. São Paulo: Ed. 34.
Néri, M. (2012). A nova classe média: o lado brilhante da nova base da pirí¢mide. São Paulo: Editora Saraiva.
Oliveira, A. P. (2009). Miguilim foi pra cidade ser cantor: uma antropologia da música sertaneja. (Tese de doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.
Oliveira, L. L. (2003). Do caipira picando fumo a Chitãozinho e Xororó, ou da roça ao rodeio. Revista USP, 59, 232-257.
Oliveira, M. A. (2012). As roças brasileiras, do período colonial í atualidade: caracterização histórica e formal de uma categoria tipológica. Varia História, 28 (48), 755-780. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-87752012000200013&script=sci_abstract&tlng=es.
Pires, A. (2004). Um sentido dentre outros possíveis: o rural como representação. In Campanhola, C. & Silva, J. G. O novo rural brasileiro: novas ruralidades e urbanização (pp. 149-174). Brasília: Embrapa Informação Tecnológica.
Pochmann, M. (2012). Nova classe média? O trabalho na base da pirí¢mide social brasileira. São Paulo: Boitempo.
Queiroz, M. I. P. (1973). O campesinato brasileiro: ensaios sobre civilização e grupos rústicos no Brasil. Petrópolis: Vozes.
Rios, J. A. V. P. (2011). Ser e não ser da roça, eis a questão!: identidades e discursos na escola. Salvador: EDUFBA.
Rocha, A. P. & Ramos, J. M. (2010). Estudos de dialetologia em Minas Gerais: breve histórico. Revista de Estudos Lingüísticos e Literários, 41, 71-86.
Santos, F. J. S. (2006). Nem “tabaréu/oa”, nem “doutor/a”: o/a aluno/a da roça na escola da cidade: um estudo sobre identidade e escola. (Dissertação de mestrado). Universidade do Estado da Bahia, Salvador, Brasil.
Setúbal, M. A. (2005). Vivências caipiras: pluralidade cultura e diferentes temporalidades na terra paulista. São Paulo: Cenpec/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Disponível em:
http://www.imprensaoficial.com.br/PortalIO/download/pdf/projetossociais/vivencias_caipiras.pdf.
Silva, E. H. B. (2014). Registro de marcas no Brasil: registro de marcas ainda é pouco difundido no Brasil. Jusnavegandi. Disponível em:
http://jus.com.br/artigos/30485/registro-de-marcas-no-brasil.
Silva, G. (2009). O sonho da casa no campo: jornalismo e imaginário de leitores urbanos. Florianópolis: Insular.
Silva, J. G. (1997). O novo rural brasileiro. Nova Economia, 7 (1), 43-81.
Silva, J. G. (2001). Velhos e novos mitos do rural brasileiro. Estudos Avançados, 15 (43), 37-50.
Souza, J. (2014). A cegueira do debate brasileiro sobre as classes sociais. Interesse Nacional, 7 (27), 35-57. Disponível em:
Taylor, C. (2011). A ética da autenticidade. São Paulo: É Realizações.
Teixeira, D. D. (2007). O registro de marcas no Brasil: informações gerais acerca do procedimento de registro de marca no Brasil. Jusnavegandi. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3445/O-registro-de-marcas-no-Brasil.
Thomas, K. (2010) O homem e o mundo natural: mudanças de atitudes em relação í s plantas e aos animais (1500-1800). São Paulo: Companhia das Letras.
Vasconcellos, S. (1981). Mineiridade: ensaio de caracterização. São Paulo: Abril.
Veiga, J. E. (2004). Destinos da ruralidade no processo de globalização. Estudos Avançados, 18 (51), 51-67.